Síndrome da Super Mulher
- Sandra Moraes
- 14 de nov. de 2018
- 2 min de leitura

Aprendi com minha mãe que deveria ter autonomia, para não depender de nenhuma forma de homens.
Coisa que ela não conseguiu fazer muito bem... rsrs
Foi até um ensinamento muito bom. Gosto muito da minha independência financeira e emocional.
Entretanto, contudo, todavia… Acabei repetindo uma mania feia que ela tinha, de achar que dava conta de tudo sozinha.
A minha mania não estava em um nível tão elevado quanto o dela, que, por exemplo, não levava os cachorros ao veterinário porque sempre teve animais, então já sabia o que fazer sempre. rs
Minha mania me levava a não pedir ajuda, a enfrentar os problemas me protegendo com uma “armadura” e achando que os ferimentos das batalhas iriam se curar sozinhos.
De fato, alguns deles cicatrizaram, outros só aumentavam de tamanho sem eu perceber.
Eu realmente fazia muitas coisas sozinha, desde, quando precisava, fazer minhas próprias roupas, minhas unhas, cabelo, pintar e limpar a casa, fazer tudo e mais um pouco no trabalho...
Fiz até curso para aprender a fazer bolsas, para fazê-las para mim (e pensando em vender também).
Acabava sendo arrogante da minha parte achar que eu dava conta de tudo e não dar valor ao resultado que um especialista poderia me proporcionar, que seria muito melhor que eu (sem toda a experiência e habilidade).
Achava caro.
O que não entendia é que o barato muitas vezes saiu caro, que acabei gastando mais do que se tivesse contratado um profissional logo.
Perder dinheiro até vai, porque você trabalha mais para recuperar. Mas e as questões da alma?
Ah… As feridas da alma são complicadas de curar sozinha, principalmente quando se está vestida com a capa da arrogância.
Eu gostava de ser reconhecida como uma mulher forte, que não chora, que faz tudo, que enfrenta as barreiras e vence.
Quando percebi, os machucados estavam tão grandes, que entrei em depressão. Tentando dar conta de mim e do mundo.
Precisei abaixar a guarda e buscar ajuda.
Foi um tratamento multidisciplinar, com muito apoio e compreensão das pessoas próximas, pois quase não tinha forças.
Só fazia o que era obrigação.
Durante o tratamento, entendi que a Super Mulher vai até certo ponto sozinha, mas que para ir mais longe, precisa da ajuda da Liga da Justiça. rsrs
P.S.: sobre os ferimentos passados, vou contando aos poucos e quem sabe em um livro.
Sobre os machucados hoje: faz parte da vida enfrentar dificuldades e aprendi a buscar ajuda antes que seja tarde demais.
Caso esteja sentindo os sintomas citados, busque ajuda de um(a) Psiquiatra e um(a) Psicólogo(a) Clínico(a).
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